Trégua é passo importante”
A União Europeia (UE) considera que a trégua de sessenta dias declarada na terça-feira pelo líder da Renamo é “um passo importante” na construção da confiança e na busca de uma “paz duradoura” em Moçambique.
“Trata-se de um passo importante no sentido da construção de confiança e da busca de um resultado sustentável nas negociações, de uma paz duradoura, de estabilidade e de democracia”, afirma uma declaração da Delegação da UE em Moçambique, vinculando os chefes de missão europeus acreditados em Maputo, citada pela Lusa.
Na curta declaração, os chefes de missão “saúdam a suspensão temporária das hostilidades decidida pelo Governo e pela Renamo” e a UE, uma das entidades envolvidas na mediação das negociações de paz, compromete-se a continuar a apoiar Moçambique “a alcançar estes objectivos, para o bem-estar de todos os moçambicanos”.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou, na terça-feira, o prolongamento por sessenta dias da trégua temporária declarada há uma semana, para dar tranquilidade às negociações de paz em Moçambique.
“Esta trégua ou prorrogação é para criarmos um ambiente favorável para podermos assegurar o diálogo aí em Maputo. Isto é, tranquiliza ambos os lados, Renamo e o Governo de Moçambique, para que as coisas possam correr bem. E, por outro lado, oferecer a paz aos moçambicanos”, afirmou Dhlakama, em declarações por telefone aos jornalistas reunidos na sede nacional do maior partido de oposição, na capital do país.
O anúncio de Afonso Dhlakama surge um dia após ter mantido uma conversa por telefone com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para fazer o balanço da trégua de uma semana, declarada pelo líder da Renamo a 27 de Dezembro.
Os trabalhos da comissão mista das delegações do Governo e da Renamo pararam em meados de Dezembro sem acordo sobre o pacote de descentralização, um dos temas essenciais das negociações de paz, e o coordenador da equipa de mediação, Mario Raffaeli, indicado pela UE, disse que os mediadores só regressarão a Maputo se forem convocados pelas partes.
O Presidente moçambicano e o líder da Renamo acordaram a criação de um grupo de trabalho especializado para discutir o pacote de descentralização, sem a presença dos mediadores internacionais.
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