AGRICULTURA: Perdas condicionam segurança alimentar
MOÇAMBIQUE continua a registar níveis elevados de perdas de culturas, estimadas em 40 por cento, motivadas por pragas, dificuldades de acesso ao mercado, fraca capacidade de escoamento, entre outras razões, situações que, em alguns períodos do ano, contribuem para a insegurança alimentar urbana e rural. Segundo o Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, José Pacheco, o desperdício também figura entre as causas que contribuem para a insegurança alimentar, pelo que o esforço do governo está voltado para a busca de soluções que possam ajudar na redução dos actuais níveis. José Pacheco, citado pela AIM, revelou a informação à margem do VIII Fórum Global para Agricultura e Alimentação, realizada na cidade de Berlim, na Alemanha, após participar no primeiro painel de alto nível organizado a-propósito do evento. No painel, subordinado ao tema “Questões de Segurança Alimentar Urbana e Nutricional: Harmonização dos Desenvolvimentos Globais com a Necessidade de Sistemas Alimentares Sustentáveis”, as perdas e o desperdício de alimentos foram apontados como elementos de alto risco para a segurança alimentar e nutricional urbana. As estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), apontam para uma perda e desperdício, anual e global, de cereais na ordem de 30 por cento; uma percentagem entre 40 e 50 por cento em culturas como tubérculos, frutas e vegetais; 20 por cento nas oleaginosas, derivados de carnes e leite e 35 por cento de produtos pesqueiros. Nos debates do primeiro painel foi consensual que os níveis de reduzidos de perdas estão, muitas vezes, associados a eficiência da cadeia de fornecimento e, por outro lado, à reciclagem eficiente dos recursos; baixa necessidade de armazenamento, curtas distância no transporte e menor uso de energia. Moçambique, à semelhança de muitos países em desenvolvimento, debate-se com os problemas identificados, mas o esforço do Governo, segundo o titular da pasta da agricultura, é encontrar soluções gradativas para as questões prevalecentes, de modo a garantir que, nos próximos anos, os níveis de perdas sejam mais baixos. As diversas acções que o governo vai delinear e implementar, segundo o ministro, contribuirão para melhorar o desempenho da cadeia e, por conseguinte, reduzir as elevadas perdas que o país regista na agricultura.
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