DESENVOLVIMENTO MUNDIAL A DUAS VELOCIDADES
Discursos para jornalistas chegam cedo
na África do Sul e tarde em Moçambique
Na Africa do Sul há muita coisa que anda mal. Há muita corrupção nas instituições do Estado. No processo da construção da casa particular do Presidente Jacob Zuma, em Nkandla, sua aldeia natal, na província de Kwazulu-Natal, houve desvio de 240 milhões de rands do Estado por várias pessoas envolvidas nas obras inacabadas e mal feitas para Chefe Grande.
O assunto manchou e desgastou a imagem de Zuma e do ANC, que saiu em defesa do Presidente perante a oposição e opinião publica.
Candidatos a professores compram vagas para emprego no Estado, depois de cursos de formação nos institutos vocacionados.
Alunos adquirem enunciados de exames a porta de cavalo antes da hora da sua realização nas salas de exames.
Nas unidades sanitárias do Estado há falta de médicos e de outros profissionais de Saúde.
No maior hospital do Mundo, localizado no Soweto, chamado Baragwanath Hospital com mais de 3.500 camas há venda de corpos para agências funerárias facturarem nas famílias enlutadas.
No Ministério dos Assuntos Internos (Home Affairs), emigrantes compram documentos de residência permanente a funcionários corruptos. Ha cada vez menos tolerância para com emigrantes, um ambiente que agrava manifestações de xenofobia nas comunidades.
Muitos funcionários públicos não têm vergonha nem sentem pena da população quando grita nas filas ou comunicação social (Media).
Fazem muita coisa podre a luz do dia, mas também há muitos outros que fazem coisas boas para o povo nos seus sectores de actividade.
Em Moçambique há muita corrupção mas funcionários públicos parecem ter vergonha perante Comunicação Social ou reclamações ruidosas da população desesperada.
Entretanto, nos Ministérios, Adidos de Imprensa trabalham como escudos humanos dos Ministros perante jornalistas.
Ministros falam pouco e só quando querem para jornalistas.
Quando fazem intervenções em cerimonia oficiais, seus discursos de papel não são distribuídos a tempo a jornalistas para facilitar o trabalho de publicação.
O Chefe do Estado, apoiado por uma máquina de Gabinete de Imprensa, não tem dado entrevistas a jornalistas nacionais, salvo briefings no final de visitas de trabalho ou em conferencias.
Que eu saiba, o Presidente Filipe Nyusi deu sua primeira entrevista depois da tomada de posse em Janeiro de 2015 a jornalistas angolanos na África do Sul. Foi mau conselho da assessoria.
É muito raro obter o discurso do Chefe do Estado moçambicano logo depois da sua intervenção ou antes mesmo embargado.
Na Africa do Sul, o discurso do Presidente da Republica e distribuído a jornalistas logo depois de proferido ou pouco antes directamente ou através do correio electrónico.
Eu a trabalhar na cobertura das eleições na Tanzânia em 2015 recebi o programa e intervenções do Presidente Jacob Zuma durante a visita do Presidente Filipe Jacinto Nyusi a África do Sul, mas ate hoje ainda não recebi nenhum do meu Chefe do Estado.
O Gabinete de Imprensa da Presidência Sul-africana comunica-se fácil e rapidamente com jornalistas através de correio electrónico sobre programas do Presidente.
Ministros colaboram facilmente com órgãos de Comunicação Social, sobretudo a Corporação Publica de radiodifusão, chamada SABC, com cinco canais de televisão e 19 estações de radio espalhadas em todo o vasto território sul-africano.
A televisão e as radios publicas são muito respeitadas, apesar de relativamente lentas na sua actuação devido a sua responsabilidade Estatal de ponderação editorial.
Os ecos da pobreza em Moçambique tramam tudo e todos enquanto os de desenvolvimento facilitam tudo e todos na Africa do Sul.
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