Mais de 50 cidadãos chineses detidos e cerca de 30 lojas encerradas em Luanda
As autoridades angolanas encerraram hoje mais de 30 lojas de um centro comercial chinês, localizado nos arredores de Luanda, por funcionamento ilegal, numa operação que culminou também com a detenção de mais de 50 chineses. Mais de 50 cidadãos chineses detidos e cerca de 30 lojas encerradas em Luanda A operação foi hoje levada a cabo por uma comissão que integra os Ministérios do Comércio, da Saúde, da Hotelaria e Turismo, dos Serviços de Investigação Criminal (SIC), de Migração e Estrangeiros (SME) e de Proteção Civil e Bombeiros (SPCB). Em declarações à imprensa, o inspector-geral do Ministério da Saúde, Miguel de Oliveira, explicou que foram também encerrados um centro médico, vários restaurantes e um casino, que funcionavam naquele centro comercial. Os cidadãos chineses foram detidos por não se fazerem acompanhar de nenhuma documentação durante a operação, nomeadamente o passaporte para comprovar a sua legalidade no país. Segundo Miguel de Oliveira, no centro médico era prestada assistência médica em condições que violam as boas práticas assistências, nomeadamente de biossegurança e de gestão de resíduos hospitalares. "Os doentes não têm nenhum processo clínico, não têm o registo da sua evolução, os próprios profissionais nem sequer alguma palavra de português sabem falar, boa parte dos medicamentos não têm a rotulagem em português, não têm o folheto informativo em português (...) e os medicamentos também estavam muito mal conservados, encostados à parede, colocados no chão e sem um espaço adequado para a sua conservação", explicou. Miguel de Oliveira referiu que os doentes assistidos naquele centro foram de imediato transferidos para um outro em condição legal, e os medicamentos apreendidos. "Nós aqui encontrámos um centro médico que funcionava à margem da lei, e encontramos alguns serviços praticados, nomeadamente de restauração, pensões e outros serviços que são um atentado à saúde pública, nomeadamente inclusive um matadouro aqui dentro, algum espaço para peixe, produtos de consumo humano muito mal conservados", frisou. Além do funcionamento ilegal do centro, Miguel de Oliveira destacou que a equipa médica não tinha também nenhuma autorização para exercer a actividade médica em Angola. Por sua vez, o inspector do Ministério do Comércio Heleno Antunes explicou que a operação hoje realizada enquadra-se no programa de assentamento da quadra festiva, cujo Objectivo fundamental é garantir que os operadores económicos pautem pelas boas práticas. "O que nós assistimos aqui é que há uma violação significativa daquilo que é a actividade comercial como tal. A actividade comercial de pequena dimensão está reservada para os nacionais e o que nós podemos encontrar aqui é actividade comercial de pequena dimensão, mas a ser exercida por cidadãos estrangeiros", avançou.
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