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ZAMBÉZIA - ZONAS DE RISCO: População retorna às margens do Licungo

AS autoridades municipais da cidade de Mocuba, na província da Zambézia, estão preocupadas com o retorno da população às zonas de risco, nas margens do rio Licungo onde, em Janeiro do ano passado, muitas pessoas perderam a vida e diversas infra-estruturas socioeconómicas ficaram destruídas na sequência das inundações. A chefe da edilidade local, Bratriz Gulamo, considera ser uma tarefa difícil impedir este regresso da população, no entanto, espera a colaboração de outros sectores do Executivo e da sociedade civil para travar o movimento impetuoso de retorno para as zonas de risco naquela autarquia. Entrevistada pela nossa Reportagem afirmou que em função da fluidez do regresso dos munícipes, eventuais medidas administrativas, nomeadamente a retirada compulsiva dos retornados se afigura como sendo incontornável. No entanto, não adiantou a data do arranque da operação mas, no terreno, o trabalho de reconstrução de casas por parte da população está bastante avançada. A nossa Reportagem que esteve, há dias, na cidade de Mocuba conversou com os munícipes que estão a retornar às margens do Licungo para construir as suas casas. Eles justificaram o retorno com a falta de condições materiais que garantam a vida humana nas zonas de reassentamento, nomeadamente de fontes de água, escolas, estradas transitáveis, unidades sanitárias, electricidade e casas condignas. Alberto Júlio é um dos munícipes que foi abordado pela nossa Reportagem quando estava a transportar o material para construir a casa que ficou destruída pelas enxurradas em Janeiro do ano passado. Disse que depois do reassentamento da população pouco ou nada foi feito em termos de criação de condições de infra-estruturas básicas, designadamente o apoio para a construção de casas, falta de electricidade, transportes e fontes de água. "Para sair do bairro de reassentamento para o centro de Saúde se percorre sete quilómetros e temos de pagar o transporte de ida e volta que custa 40 meticais. Para as crianças irem à escola também fazem o mesmo. Onde vamos arranjar dinheiro para tudo isso?", questionou Alberto Júlio para quem sem aquelas condições fica difícil viver, por isso, na sua opinião, o melhor é mesmo voltar às margens do Licungo para ficar mais próximo dos serviços sociais e económicos. Maria Duarte Fernando é outra munícipe que conversou com a nossa Reportagem, a qual também está a reerguer a sua casa na zona de risco. Pediu os serviços de uns homens que estão a reconstruir a casa porque afirma que a falta de água, electricidade, centro de Saúde e outros serviços básicos nos bairros de reassentamento preocupa a todos os moradores. "Já basta de promessas que nunca são concretizadas. Quando nos empurraram para lá disseram que iam dar tudo e, passado um ano, nada aconteceu. Isso significa que o povo deve sofrer?", questionou a nossa entrevistada para depois afirmar que caso não haja rapidez por parte do Executivo, toda a população irá abandonar, nos próximos tempos, o local de reassentamento porque o cenário que lá se vive é quase um inferno. Entretanto, ainda são bem visíveis as marcas de destruição deixadas pelas inundações de Janeiro do ano passado e do perigo de vida que as pessoas correm nas margens do rio Licungo, na cidade de Mocuba, na província da Zambézia. As previsões meteorológicas para o presente período chuvoso e ciclónico apontam para chuvas normais com tendência acima do normal. Para evitar a repetição do cenário de 2015, o Governo e parceiros têm vindo a multiplicar apelos com vista à retirada das pessoas dos locais de risco, incluindo as margens do rio Licungo, em Mocuba. Todavia, as pessoas que estavam nos novos bairros de reassentamento criados após as cheias já estão a retornar às margens do rio Licungo onde estão a reconstruir ou construir as suas casas nos mesmos locais. A edilidade local, os Governos distrital e provincial já tem conhecimento do assunto mas ainda não estão a reagir para inverter o cenário, o que poderá representar um grande perigo com o período chuvoso e ciclónico que se avizinha.

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