Haiti vai renunciar para formação de governo de consenso, dizem fontes

O primeiro-ministro do Haiti, Evans Paul, deve renunciar como parte de um esforço para formar um governo interino que assumirá no lugar do presidente em fim de mandato Michel Martelly, disseram duas fontes governamentais, após uma eleição frustrada e manifestações violentas no mês passado.

Martelly, que encabeça o governo do Haiti, deve entregar o cargo no próximo domingo, mas não elegeu um sucessor. A votação de 24 de Janeiro foi cancelada e as pessoas foram às ruas para protestar contra o que a oposição afirmou ter sido uma fraude no primeiro turno.

Os opositores do presidente não querem que novas eleições sejam organizadas com Martelly no poder, nem com o premiê, que é considerado parte do círculo presidencial.

Paul redigiu sua carta de renúncia na segunda-feira, afirmou uma fonte do alto escalão à Reuters em seu escritório. Uma segunda fonte do governo disse que Martelly está esperando a carta, mas que ainda não a recebeu.

Conforme uma proposta esboçada por Martelly e líderes do Parlamento, a substituição de Paul seria decidida por consenso e aprovada pela legislatura e pelo presidente esta semana, afirmou o parlamentar Gary Bodeau.

O novo primeiro-ministro governaria conjuntamente com um conselho de ministros depois que Martelly encerrar seu mandato, no dia 7 de Fevereiro, disse Bodeau.

O candidato oposicionista Jude Celestin se recusou a participar da votação de Janeiro, que chamou de "uma farsa". Desde os anos 1980 a empobrecida nação caribenha vem tentando construir uma democracia estável na esteira das décadas de governo da família Duvalier.