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DIÁLOGO NYUSI/DHLAKAMA: Sem condições para o frente-a-frente

A Renamo considera não haver condições de segurança para a realização de um encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder deste partido da oposição, Afonso Dhlakama, com vista a abordarem a situação da paz e tranquilidade no país.
Segundo o porta-voz da “perdiz”, António Muchanga, neste momento não existem condições objectivas de segurança para Afonso Dhlakama “deixar o lugar onde está para vir a Maputo se encontrar com o Presidente Nyusi”.
“É preciso que se deixe o presidente Dhlakama circular com os seus homens de modo a garantir-se a sua segurança”, afirmou Muchanga em declarações ao “Notícias”.
De acordo com Muchanga, a situação de segurança do líder da Renamo deteriorou-se quando este foi alvo de ataques armados nos dias 12 de Setembro de 2015 em Manica, quando a coluna de viaturas em que seguida foi alvejada por homens armados, o que voltaria a acontecer, desta feita em Gondola, no dia 25 também de Setembro do ano passado.
António Muchanga reagia assim, às preocupaçõe do Presidente da República, Filipe Nyusi, manifestadas no domingo em Addis-Abeba, Etiópia, quando o Chefe do Estado disse haver dificuldades de interlocução com a Renamo visando o restabelecimento da paz e tranquilidade no país. No entanto, o Presidente da República disse que tudo está a ser feito com o seu envolvimento pessoal para que o diálogo seja retomado.
Filipe Nyusi afirmou que o Governo já disse, muitas vezes, que todas as forças da sociedade estão livres de apoiar no processo de busca da tranquilidade e paz no país, mas não tem havido uma única força que propõe uma solução concreta sobre o que tem de acontecer.
“Eu percebo que no dia em que dissermos que a Renamo vai governar seis províncias as pessoas vão dizer que isso não é democracia e levantamos um outro problema”, disse o Presidente da República, salientando que quando há eleições presenciadas e reconhecidas por observadores e os resultados são proclamados normalmente não tem havido espaço para o tipo de problemas que o país vive e isso é indicativo de que alguma coisa não está a andar bem.
“Nós estamos a ter alguma dificuldade com o interlocutor-base. A confusão que há é entre o Governo e a Renamo. Esse dilema com a Renamo é um problema se calhar de crise de liderança. Como se pode falar e com quem? Onde está a pessoa? A estrutura da Renamo não permite que se compreenda quem segue quem e isso muitas das vezes cria desconfiança dentro da própria organização”, afirmou.
O Presidente da República indicou que numa organização onde não há hierarquia sequenciada muitas vezes não se sabe quem manda e quem não manda, ou quem está acima e depois de quem.
“Sabemos que o líder é Dhlakama mas, e depois? Falamos com quem? Fazemos o quê? Entre eles sabe-se quem é o primeiro? Ou se calhar cada um pensa que é o segundo ou o terceiro. Isso não está a ajudar”, lamentou, acrescentando que o Governo vai continuar a fazer esforços para que o diálogo, interrompido unilateralmente pela Renamo em Agosto, seja reatado, porque, segundo ele, “os problemas do povo moçambicano têm de ser resolvidos para permitir que o país cresça”.

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