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Ataque contra autocarro no centro do país provoca dois mortos

Um ataque de homens armados contra um autocarro em Honde, província de Manica, centro de Moçambique, provocou neste sábado dois mortos e oito feridos, disse a PRM.
"Um grupo de cinco a sete bandido armado disparou contra um machimbombo [autocarro] que levava passageiros de Chimoio para Tete, da companhia transportadora Nagi Investiment. Atingiram com gravidade o motorista, que perdeu os sentidos, largou o volante e entrou pela mata dentro cerca de 200 metros", descreveu em conferência de imprensa o comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica.
Segundo Armando Mude, o ataque ocorreu entre as 08:30 e as 09:00 locais contra um autocarro cheio, com entre 60 e 70 passageiros, no distrito de Barue, na estrada N7, entre Honde e Chiuala, e um passageiro morreu, ao qual se juntaria um segundo óbito, o do próprio motorista, que perdeu a vida no centro de saúde de Catandica.
Oito pessoas ficaram feridas, das quais seis já tiveram alta e duas permanecem hospitalizadas, mas, de acordo com o comandante da polícia, sem gravidade.
Uma testemunha ouvida pela Lusa confirmou o ataque, relatando que o autocarro não travou quando um homem na estrada fez um sinal de paragem e, logo depois, um segundo abriu fogo.
"O ataque foi onde os homens [da Renamo, Resistência Nacional Moçambicana] fizeram um controlo para vasculhar carros. O machimbombo não parou quando fizeram sinal e talvez isso criasse desconfiança para ser atacado", contou um morador, descrevendo que o autocarro se despistou e embateu numa árvore.
Armando Mude diz não ter dúvidas de que o ataque foi realizado por homens armados da Renamo, pelo "modus operandi", e também devido à ameaça do movimento de oposição de assumir o controlo de várias estradas no centro de Moçambique, incluindo a N7.
"São eles, não temos dúvidas quanto a isso", referiu o comandante da PRM, acrescentando que, logo após a emboscada, os atacantes "nem tiveram tempo de revistar o machimbombo ou fazer o saque da bagagem dos passageiros.
Dali, puseram-se em fuga e desapareceram pela montanha acima, relatou.
Armando Mude disse que, após o ataque, a situação ficou calma em Honde, até pela curta proximidade, cerca de dois quilómetros, de efectivos policiais, e decorria hoje à tarde uma operação de perseguição aos suspeitos.
"Há uma perseguição muito forte, as forças de defesa e segurança estão ao encalço, e, neste momento, é provável que estejam nas mãos da polícia muito deles [atacantes]", declarou Mude, assegurando que "um trabalho de fundo vai culminar com o desaparecimento deles naquele troço e vão desistir".
Este ataque acontece um dia depois de o Presidente moçambicano ter dirigido um convite ao líder da Renamo para a retoma do diálogo, pedindo ao maior partido de oposição "máxima urgência" na designação dos seus representantes para preparar um encontro ao mais alto nível.
A carta, segundo a nota da Presidência, decorre da reunião, a 24 de Fevereiro, do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, que determinou a continuação dos esforços do chefe de Estado para a retoma do diálogo com o líder do maior partido de oposição.
No mesmo dia, em comunicado enviado à Lusa, o gabinete do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, acusou o Governo de ter mobilizado 4.500 membros das Forças de Defesa e Segurança para uma ofensiva em grande escala nas províncias de Manica e Sofala, centro do país, região de forte implantação do movimento.
Na mesma região de Honde, militares das forças governamentais moçambicanas ficaram feridos na sexta-feira em confrontos com homens armados da Renamo, disseram à Lusa vários moradores.
A Lusa testemunhou ao princípio da tarde a chegada de vários militares feridos ao hospital 1.º de Maio, na cidade de Chimoio, capital provincial de Manica, numa viatura da Unidade de Intervenção Rápida (UIR).

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