Clínica privada desmente receptação de equipamento
Confrontado ontem pela nossa Reportagem na cidade da Beira, António Pinto, proprietário da clínica, confirmou a existência naquela unidade sanitária de uma mesa e duas camas de cirurgia, equipamento que segundo ele foi oferecido pelo Rotary Club da Beira.
Na última segunda-feira, os responsáveis do HCB disseram à governadora de Sofala que setenta por cento do material oferecido pelo Rotary Club da Austrália tinha sido desviado para a Clínica Sorridente, em circunstâncias que, entretanto, não foram esclarecidas. A declaração dos gestores do HCB aconteceu num frente-a-frente convocado por Maria Helena Taipo, confrontada com uma queixa apresentada pelos rotarianos que, numa visita de monitoria do uso do equipamento oferecido, constataram que o mesmo não se encontrava no hospital.
O presidente do Rotary Club da Beira, Andrew Jennings, confirmou, em contacto com o “Notícias”, que o equipamento na posse da Clínica Sorridente foi ofertado pela sua agremiação, no mandato do seu antecessor, Wayne Allsopp, que disse estar disponível, para efeitos de comprovação, a correspondente guia e termo de entrega.
A fonte reafirmou que, basicamente, o Rotary Club da Beira pretende saber onde está todo equipamento médico avaliado em dois milhões de dólares norte-americanos entregue ao HCB nos anos de 2014 e 2015, em dois contentores, respectivamente.
“HCB tem que nos dizer onde está este equipamento, mas Augusto Macome, que é director-geral do hospital, está a apontar o seu paradeiro à clínica Sorridente, mas nós demos equipamento ao HCB e não estamos a acusar ninguém. Estamos a pedir explicação em vão desde Outubro do ano passado”, disse Jennings.
Segundo ele, o Rotary Club da Beira doou à clínica Sorridente uma mesa e duas camas de cirurgia, incluindo vários medicamentos, num lote de bens e equipamento contidos num contentor de 40 pés.
Sobre o assunto, o “Notícias” apurou ainda ontem junto de uma fonte do HCB que do lote do equipamento médico em alusão desapareceu uma mesa do bloco operatório e outros materiais que, entretanto, são localizáveis.
Mesmo assim, o Governo provincial indicia a Direcção do HCB, chefiada pelo clínico Augusto César Macome, como responsável pelo desaparecimento do referido equipamento, havendo instruções no sentido de que sejam feitas todas as diligências possíveis com vista à recuperação do material em falta, e que os responsáveis pela situação sejam exemplarmente punidos.
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