Mais de 1,7 milhão de pessoas em risco de insegurança alimentar severa em Moçambique
O primeiro-ministro moçambicano disse hoje em Maputo que mais de 1,7 milhão de pessoas estarão em situação de insegurança alimentar severa no país, caso prevaleça a escassez de chuva, admitindo lançar um apelo internacional.
"No caso da prevalência da escassez de chuva até ao final da presente época chuvosa, em que não se venha a registar nenhuma colheita, prevê-se um cenário de insegurança alimentar severa, afectando 1.785.132 pessoas", afirmou Carlos Agostinho do Rosário no parlamento.
Tendo em conta a gravidade da seca, adiantou, o Conselho Técnico de Gestão de Calamidades (CTGC) actualizará até ao dia 11 deste mês os impactos da seca na segurança alimentar, visando avaliar a necessidade de um apelo internacional para a mobilização de recursos necessários para a assistência das vítimas de fome.
As províncias de Inhambane, no sul do país, com mais de 540 mil afectados, e Tete, centro, com mais de 530 mil, serão as mais atingidas pela insegurança alimentar severa, seguidas de Gaza (419 mil), Sofala (144 mil), Maputo (133 mil) e Zambézia (17 mil), indicou Rosário.
"Em caso de ocorrência de um cenário de insegurança alimentar severo, em que o número previsto de pessoas atinja 1.785.132 pessoas, o Governo, sob proposta do CTGC, onde os nossos parceiros internacionais têm assento, avaliará e decidirá sobre o tipo de intervenção ou alerta a adoptar", declarou o primeiro-ministro.
Num cenário de "alguma chuva", prosseguiu Agostinho do Rosário, 396.855 estarão numa situação de insegurança alimentar moderada, cifra superior à previsão de 165.618 pessoas contida no Plano de Contingência contra as calamidades naturais.
"Uma situação de existência de alguma chuva até ao final do mês de Março corrente, que venha permitir alguma colheita, remete-nos a um cenário de insegurança alimentar moderado. Neste cenário, o total de pessoas afectadas é de 396.855 pessoas", afirmou hoje o primeiro-ministro moçambicano.
Em relação às cheias que atingem o norte do país, prosseguiu Agostinho do Rosário, o Governo previa que mais de 194 mil pessoas fossem afectadas, tendo sido alocados 580 milhões de meticais (pouco mais de 11 milhões de euros), para acções de monitorização, assistência humanitária, busca e salvamento e pré-posicionamento de meios.
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