Header Ads

Breaking News
recent

Moçambique precisa de resposta urgente para evitar descontrolo da SIDA

Os líderes de três das principais organizações internacionais de combate à sida sugeriram ao Governo de Moçambique a adopção de novas políticas urgentes para reduzir novas infecções e evitar o descontrolo da epidemia. “Acreditamos que há uma completa urgência”, disse à Lusa Deborah Birx, coordenadora das Actividades de Combate ao VIH/Sida do Governo dos EUA, no fim de uma visita de dois dias a Moçambique com os directores-executivos da ONUSIDA, Michel Sidibé, e do Fundo Global para o Combate à Sida, Tuberculose e Malária, Mark Dybul, a primeira que os três dirigentes realizam juntos a um país. Moçambique, segundo Deborah Birx, “dirige-se para máximos históricos de novas infecções de VIH [Vírus de Imunodeficiência Adquirida]”, associadas a um grande aumento de infecções de tuberculose, caso não se acelerem medidas para o controlo da epidemia. A coordenadora norte-americana indicou que as projecções até 2028 indicam uma clara diferença entre a estimativa de acentuada descida de novas infecções e mortes por VIH em Moçambique, caso haja novas medidas e urgentes, e os cálculos de subida contínua no mesmo período, “sem que se faça algo de diferente”. Em Moçambique, tal como na África subsaariana, o número de jovens aumentou entre 30% e 40%, colocando esta faixa em risco de novas infecções, sobretudo mulheres, o que significa que, se um bebé é salvo à nascença do VIH e contrair o vírus quando fizer 16 anos porque não se fez nada, “é absolutamente trágico”. Mesmo que se baixe a taxa de novas infecções em 40%, “se houver mais 40% em risco, então não se fez nada”, insistiu Deborah Birx, descrevendo um risco real de “descontrolo”, uma expressão também assumida pelo director-executivo do Fundo Global. Moçambique, afirmou Mark Dybul, é um dos poucos países em que a malária ainda é a principal causa de morte entre crianças com menos de cinco anos e, tal como no VIH e na tuberculose, há “e oportunidade” para baixar os indicadores. “Quando isso acontecer, haverá maior igualdade entre a população porque o VIH, a tuberculose e a malária provocam grandes danos na economia, no sistema de saúde e na forma como Moçambique é visto no mundo”, salientou. Dybul referiu-te ainda à circunstância de o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e respectivo executivo terem tomado posse recentemente, proporcionando a oportunidade de as três organizações “apoiarem colectivamente a visão da nova liderança para o fim daquelas epidemias”. Além do Presidente moçambicano, a missão conjunta teve também reuniões, entre segunda e terça-feira, com os Ministérios da Saúde, Educação e Negócios Estrangeiros, além de visitas a comunidades, tendo encontrado “vontade política” para promover as alterações necessárias, avaliou a coordenadora norte-americana. Segundo Deborah Birx, Moçambique apresenta uma taxa superior de novos casos de VIH face à região, mas também atingiu grandes progressos na prevenção da infecção de mãe para filhos. “Temos de ter os mesmos progressos na diminuição de novos casos de VIH, malária e tuberculose e esta visita é muito focada nestas três doenças, nas quais Moçambique apresenta um atraso na região”, referiu. A alteração de políticas para Moçambique implica as novas orientações da Organização Mundial de Saúde, a partir dos instrumentos da estratégia de resposta rápida 90-90-90, em que, até 2020, 90% pessoas infectadas conhecem o seu estado clínico, 90% estão em tratamento e 90% têm a carga viral suprimida e menor possibilidade de contaminar terceiros. Estas medidas têm como meta erradicar a epidemia em 2030 e, traduzidas para Moçambique, implicam, de acordo com as três organizações internacionais, o aumento da cobertura do tratamento, ainda abaixo dos 50%, e redução do número de pessoas que o abandonam. “São dois assuntos cruciais em Moçambique”, frisou Deborah Birx, e que contribuirão para “encontrar um futuro diferente”, num país em que 1,5 milhões de pessoas vivem com o VIH, mais de metade das quais mulheres jovens, e 45 mil morrem todos os anos de SIDA.

Sem comentários:

Com tecnologia do Blogger.