Tete - NAS COMUNIDADES RURAIS: Culturas de rendimento impulsionam desenvolvimento Quinta, 31 Dezembro 2015 00
AS comunidades rurais dos distritos ao longo do planalto Angónia/Marávia, na província de Tete, estão a conhecer um desenvolvimento socioeconómico acelerado, como resultado do seu envolvimento na produção de culturas de rendimento, nomeadamente tabaco, algodão e girassol. Trata-se das comunidades dos distritos de Angónia, Tsangano, Moatize, Macanga, Chiúta, Chifunde e Marávia recentemente escalados pela nossa Reportagem e onde constatou a existência de muitas casas de habitação melhoradas e electrificadas com a energia da rede eléctrica nacional ou com painéis solares e grupos de geradores, entre outras condições que melhoram a vida das pessoas. Jackson Alfredo, um dos agricultores contactado pelo “Notícias” em Furancungo, sede distrital de Macanga, disse que desde que começou a empenhar-se na produção do tabaco a sua vida social e da sua família melhorou significativamente. Aliás, explicou que como resultado da venda do chamado ouro branco, consegue custear as despesas de educação dos seus filhos, ao mesmo tempo que construiu uma casa convencional do tipo-4. Igualmente, segundo afirmou, conseguiu abrir uma pequena loja, para além de adquirir três viaturas, sendo uma ligeira para o uso doméstico e outras de grande tonelagem usadas para o transporte e escoamento da sua produção dos campos para os mercados. “Estou igualmente a produzir as culturas básicas para a nossa alimentação, como são os casos de milho e feijão, porque não devo apenas me empenhar no tabaco, aliciado pelas boas receitas, em detrimento de culturas alimentares” - disse Jackson Alfredo. A maioria dos agricultores do sector familiar contactada pela nossa Reportagem afirmou que a produção do tabaco está, de certa maneira, a contribuir para o melhoramento das condições das suas vidas socioeconómicas e financeiras. “O tabaco veio contribuir para o nosso desenvolvimento porque a sua produção, após a colheita, é imediatamente absorvida pelo fomentador. Por isso a possibilidade de quebra é muito insignificante porque tem o mercado assegurado” - disseram os nossos entrevistados. As vantagens da produção do tabaco são de mercado garantido em relação a outras culturas, como o milho e feijão, que exigem ao produtor muito esforço para a sua comercialização. Muitas vezes, por exemplo, devido à falta de mercado o milho acaba ficando muito tempo armazenado e deteriorar-se, com grandes prejuízos para os agricultores. O dinheiro resultante da comercialização do tabaco aos produtores do sector familiar aplica-no também para o melhoramento das condições de produção agrícola, através da introdução da mecanização e aumento das áreas trabalhadas. “Hoje temos o Ensino Superior nos distritos, nomeadamente de Angónia, Cahora-Bassa e na cidade de Tete e com as receitas de produção agrícola conseguimos levar os nossos filhos para frequentarem estes níveis de educação” - disse Gabriel Beula, produtor agrícola de Chifunde.
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