SEGUNDO INSPECÇÃO DE COMÉRCIO: Preços “cedem” face ao aumento da oferta
OS preços dos produtos tendem a estabilizar perante a grande oferta que se regista no mercado nacional, depois de uma onda de agitação que apanhou de surpresa os cidadãos, que iniciavam os preparativos para a festa do Natal e do Final de Ano. A Inspecção das Actividades Económicas está no terreno a monitorar a situação e teve mesmo que advertir alguns estabelecimentos comerciais como o Supermercado Luz, na cidade de Maputo, que não conseguiu explicar os preços que aplicava em produtos como arroz e óleo alimentar. José Rodolfo, inspector-geral da Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE), disse à nossa Reportagem que a escalada de preços, sentida sobretudo na cidade de Maputo, não teve repercussões em províncias como Gaza, Inhambane e Tete, para além de que outras como Manica até registaram redução de preços de alguns produtos alimentares. Segundo a nossa fonte, a inspecção constatou que a escalada de preços começou a sentir-se sobretudo a partir de 1 de Dezembro, com os comerciantes a buscarem legitimidade na desvalorização do metical em relação ao dólar. Entretanto, no terreno aquela entidade não encontrou documentos que fundamentassem tal necessidade. “Quando isso aconteceu já estávamos no terreno a preparar a quadra festiva e acabamos incidindo as nossas actividades na busca da verdade e encontrámos alguns indícios de especulação, porque não há justa causa”, apontou. Reconheceu que, de uma maneira geral, os preços foram mexidos e estão um pouco acima do legalmente permitido como margem de lucro. No caso concreto do Supermercado Luz, segundo a fonte, estava a venda a 245 meticais o saquinho de dez quilogramas de arroz, e na falta de justificativos baixou para 171 meticais. O óleo alimentar estava à venda a 110 meticais o litro e foi conseguida a redução para 55 meticais. “Achamos a situação como sendo grave. Primeiro pelo preço e segundo pela falta de apresentação de documentos comprovativos. Foi aberto um auto de notícia que está a correr os seus trâmites. O supermercado vai ser multado no valor de 157 mil meticais. Este mesmo supermercado já foi multado por comercializar produtos fora do prazo”, indicou Rodolfo. Entretanto, foram encontrados outros indícios de especulação de preços em Nampula, onde o cimento chegou a custar 500 meticais o saco de cinquenta quilogramas e os fornecedores foram obrigados a reduzir para 350 meticais. Na mesma província, o saco de trigo de 50 quilogramas chegou a custar 1400 e com a intervenção da inspecção baixou para 1200. Na cidade da Maxixe houve uma situação dum comerciante que abriu as portas a vender o cimento a 350 meticais, mas que duas horas depois subiu para 650 o saco de 50 quilogramas, denotando arbitrariedade na marcação dos preços. A mercadoria foi cativada até que o dono apresente comprovativos. Na cidade e província de Maputo houve situações em que o cimento atingiu 385 meticais, mas com a intervenção da inspecção reduziu para 310 meticais. “Pensamos que esta agitação também tem a ver com o momento que atravessamos com a aproximação da quadra festiva, mas os preços estão a voltar à normalidade. Temos que estar atentos ao oportunismo” - indicou o inspector-geral, que garante que o mercado está suficientemente abastecido.
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