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NIGÉRIA / MILHARES DE CRIANÇAS SEM ACESSO A EDUCAÇÃO

Abuja, 22 Dez (AIM) – O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirma que cerca de um milhão de crianças na Nigéria não tem acesso à educação, devido a acções do grupo radical islamita Boko Haram. Esta situação poderá exacerbar o radicalismo naquele país da África Ocidental. Esta constatação aparece inserida num relatório do UNICEF que ilustra que mais de 2.000 escolas estão encerradas em várias regiões da Nigéria, Camarões, Chade e Níger, enquanto centenas de outras têm vindo a ser alvo de ataques, pilhagem e destruição por militantes do Boko Haram, que lutam pela criação de um Estado islâmico no país. O Presidente nigeriano, Muhammad Buhari, deu um prazo ao exército a eliminar os rebeldes do Boko Haram até finais deste mês, mas analistas dizem que o governo terá que enfrentar problemas sociais por uma geração de crianças que no presente momento não têm acesso ao ensino. “Quanto mais tempo permanecerem fora da escola, o maior risco será o risco de serem abusadas, raptadas e recrutadas por grupos armados”, advertiu Manuel Fontaine, director do UNICEF para a região da África Central e Ocidental. O relatório cita como exemplo o ataque de uma escola, em Chibok, ocorrido em Abril de 2014, durante o qual os militantes do Boko Haram raptaram 276 meninas que se preparavam para realizar os seus exames, um acto que chocou o mundo inteiro. Desde a eclosão do conflito armado na Nigéria em 2009, o grupo tem como principais alvos escolas, estudantes e professores. Yan St-Pierre, analista de assuntos do terrorismo na Modern Security Consulting Group, defende que a erradicação do Boko Haram não vai resolver o problema de educação, lembrando, todavia, que “no passado já havia esta situação, que acabou piorando com o surgimento do Boko Haram”. Explicou que “nas chamadas zonas libertadas tem sido difícil restaurar o funcionamento de infra-estruturas, é por isso que agora estamos falando de um problema geracional, porque serão necessários vários anos para resolver os problemas estruturais e financeiros”. Segundo o UNICEF, uma vez que o exército tem estado a retomar várias áreas do noroeste nigeriano, onde algumas escolas reiniciaram as suas actividades, mas muitas estão superlotadas e carecem de materiais para a aprendizagem das crianças. Outras regiões nigerianas debatem-se com problemas de segurança, impedindo assim as escolas de retomarem as suas actividades, sobretudo depois da ameaça do Boko Haram de raptar mais crianças no corrente mês.

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