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Maioria dos portugueses queria Passos como líder do Governo

Ainda assim, e tendo em conta a composição do Parlamento, são mais (49%) os que acham que Cavaco Silva fez bem em indicar o líder socialista para a chefia do Governo do que aqueles que não aceitam essa solução (35%). Conclusões de uma sondagem da Católica, que também revela algumas alterações nas intenções de voto: PSD/CDS subiriam para 41% e o PS para 34%, com o conjunto dos partidos de Esquerda a crescerem de 50,8% para 52%. A única força que desce, face às eleições, é a CDU, o que parece estar em consonância com o facto de serem também os eleitores comunistas aqueles que, à Esquerda, mostram maiores reservas relativamente à actual solução de Governo. É sem surpresa que se percebe, no Barómetro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica para o JN, o DN, a Antena 1 e a RTP, que sejam os eleitores da coligação Portugal à Frente os que mais defendem Passos Coelho para primeiro-ministro (94%), os que mais rejeitam a indicação por Cavaco Silva do líder socialista (64%), ou os que mais apoiariam a formação de um governo do PSD/CDS com apoio do PS (86%), quando a alternativa é um governo do PS com o apoio dos partidos de Esquerda (4%). A surpresa que não se encontra entre os eleitores da Direita talvez chegue quando se analisa o que pensam os eleitores da Esquerda. São os portugueses que votaram na CDU os que se revelam menos entusiasmados com a solução a que se chegou, seja qual for o ângulo de análise que se escolha. São os comunistas que menos apoiam a solução de António Costa como primeiro-ministro: 53% que comparam com os 55% de eleitores do BE e os 75% de apoiantes do PS. É ainda entre os eleitores da CDU (PCP e Os Verdes) que há maior rejeição sobre a solução que o presidente da República acabou por aceitar, ao indicar Costa: 33% que comparam com 22% do BE e apenas 7% do PS. É também entre os comunistas que se encontra um maior número de respostas de apoio a uma solução de Governo PSD/CDS, com suporte do PS: 28% que comparam com 20% entre os eleitores do Bloco e 18% dos eleitores socialistas. E, finalmente, como que a culminar este desencanto, são também os eleitores da CDU os que revelam maior insatisfação com a opção de voto que fizeram nas últimas eleições legislativas: 25% (um em cada quatro votantes) que comparam com os 17% do PS, os 16% do BE e os 15% da coligação de Direita. A sondagem não permite afirmações peremptórias sobre se esse desencanto (que, sendo o mais significativo entre os partidos da Esquerda, é ainda assim claramente minoritário, oscilando entre um quarto e um terço dos votantes comunistas) terá ou não reflexo nas intenções de voto. Mas é factual que a CDU é o único partido parlamentar a descer nas intenções de voto, quando se compara o resultado de Outubro e a estimativa da sondagem: de 8,3% para 7%. Na liderança mantém-se ainda a coligação PSD/CDS (o inquérito da Católica não testou o valor de cada um dos dois partidos da Direita), que até reforça a sua percentagem relativamente a Outubro: de 38,5% para 41%. Acontece que essa progressão se faz exclusivamente à custa da quebra dos partidos mais pequenos e não à custa dos partidos de Esquerda. Apesar da pequena quebra da CDU, o conjunto de partidos que apoia o Governo de António Costa conseguiria, se houvesse agora eleições, reforçar a sua posição: passaria dos 50,8% de Outubro para uma estimativa de 52%. As incertezas de uma parcela minoritária de cada partido relativamente à solução de Governo não são suficientes para reduzir a sua base de apoio eleitoral.

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