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Na provincia de Maputoas

Jovem eh esfaqueado pelo

O recente episódio de violência envolvendo alunos de uma escola secundária da cidade de Maputo, em que um deles foi brutalmente esfaqueado pelo colega, remete a sociedade moçambicana, nos seus mais variados segmentos, e reflectir sobre a corrosão de valores morais que se está a acentuar no país.

O que nos foi dado a assistir, provavelmente não comece e termine naquele estabelecimento de ensino, ou seja, pode ser apenas a ponta do iceberg que é o complexo problema de desvio de comportamento que grassa os adolescentes e jovens ou mesmo adultos e que tende a assumir proporções inquietantes.

Por isso, o trabalho das escolas, que é basicamente de transmitir conhecimentos científicos aos alunos, não deve ser visto de forma isolada quando ocorrem situações anómalas cuja prevenção e correcção também exigem a intervenção permanente dos pais, encarregados de educação e comunidades circunvizinhas.

É que, nos dias que correm, não é novidade que muitos pais e encarregados praticamente se demitem das suas obrigações no acompanhamento do comportamento e desempenho académico dos seus filhos e educandos, optando por transferir essa responsabilidade para os professores.

Aliás, muitos deles nem sequer participam nas reuniões de turma que regularmente são organizadas para serem postos ao corrente do que se passa com os alunos, nomeadamente disciplina, aproveitamento pedagógico, entre outros aspectos. Alguns chegam ao extremo de ignorar as convocatórias que lhes são dirigidas pelos responsáveis das escolas, justamente para tratarem de assuntos que apenas dizem respeito aos seus filhos ou educandos.

Nestas circunstâncias, não é de admirar a ocorrência de casos como aquele de Maputo e, se calhar, outros têm-se registado em muitos estabelecimentos de ensino por este país fora mas que não são reportados nem mediatizados.

Na verdade, estamos perante um sintoma de uma doença grave que dilacera a nossa sociedade, enfermidade essa que deve ser assumida e encarada sem subterfúgios, de modo a que se possa procurar, de forma serena, os antídotos necessários.

Por outro lado, as direcções das escolas devem rever algumas práticas extra-curriculares que gradualmente vão ganhando terreno ao nível nacional, as quais, em nossa modesta opinião, muito pouco contribuem para a formação integral de adolescentes e jovens.

É que, por exemplo, no lugar de promover eventos de grande utilidade pedagógica como concursos literários ou de redacções, feiras de empreendedorismo em diversas áreas, mini-festivais de teatro, canto e dança ou competições desportivas inter-turmas, muitos estabelecimentos de ensino preocupam-se em apadrinhar a organização de desfiles de beleza e bailes de fim de ciclo, para o que até credenciam os seus alunos para andarem a fazer peditórios nas ruas ou nas empresas.

Quer dizer, as crianças estão a ser ensinadas a mendigar ou pedir esmola, em vez de incutir nelas a mentalidade empreendedora, que aponta para a necessidade de ganhar algo através do trabalho.

Além disso, é tempo de as autoridades governamentais, sobretudo os conselhos municipais, pensarem seriamente no ambiente nocivo que circunda as escolas do país, na medida em que muitas delas funcionam quase paredes-meias com barracas ou bancas onde se comercializam bebidas alcoólicas, cigarros, etc., daí o surgimento de alunos e professores embriagados nas salas de aula.

Para solução destes e outros problemas, é urgente a conjugação de esforços entre o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, direcções dos estabelecimentos de ensino, pais e encarregados de educação e organizações da sociedade civil, sob pena de um dia sermos surpreendidos por casos de alunos que tentam superar as suas frustrações recorrendo a armas de fogo, à semelhança do que acontece com frequência em países como Estados Unidos da América.

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