“Calamidades naturais não devem intimidar moçambicanos”

Com comprimento que varia entre 21 e 75 metros e uma capacidade de suportar pesos até 60 toneladas, foram adquiridas na China para minimizar os efeitos das cheias, concretamente o corte de estradas. São as pontes móveis, inauguradas ontem pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.

Além de inaugurar as infra-estruturas, o Presidente da República assistiu, também, ao processo de montagem. No fim, Filipe Nyusi lembrou que Moçambique é um país propenso a calamidades naturais e anunciou outras medidas com vista a minimizar os efeitos das catástrofes. “É preciso termos muita capacidade financeira para construir barragens para a retenção e gestão da água. Queremos construir barragens em Mapai e Massingir, além daqui em Moamba, onde já iniciámos com o projecto Moamba-Major, com vista a reter a água para consumo nas cidades de Maputo, Matola e Boane”, disse o Presidente da República.

Filipe Nyusi disse, também, que as calamidades naturais, a crise económica e os ataques armados não devem intimidar os moçambicanos. Lembrou que são problemas do país e que devem ser os próprios moçambicanos a resolvê-los. “Vamos combater a fome, precisamos de cortar a compra de produtos na Suazilândia e na África do Sul. Que sejamos nós a produzir”, realçou, apelando às comunidades de Boane, em particular, e do país, em geral, a apostarem na actividade agro-pecuária.

Por sua vez, Osvaldo Machatine, director-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, referiu que as cheias de 2014 a 2015 foram a lição que fez o Governo procurar novas medidas de precaução. “Este equipamento foi adquirido com base na experiência que tivemos na época chuvosa de 2014 a 2015, que cortou a ponte sobre o rio Licungo, em Mocuba (Zambézia) ”, disse Machatine.

As pontes inauguradas ontem custaram ao Estado perto de 12 milhões de dólares. Algumas são flutuantes e comportam motores, podendo, por isso, ser usadas como batelão.