Nosso Banco-Chega ao fim contagem dos bens

Termina hoje, último dia útil da semana, a contagem dos bens pertencentes ao recém-extinto Nosso Banco. Com o cálculo, é possível estimar quanto valem os móveis e imóveis do banco que deverão ser vendidos em um ano. A receita da venda será usada para reembolsar o dinheiro dos depositantes e pagar as dívidas aos credores, na sequência da falência do banco.

A informação foi avançada, ontem, ao “O País Económico” pelo presidente executivo da Comissão Liquidatária do Nosso Banco, Iacumba Ali Aiuba. Na recepção da antiga sede da instituição encerrada recentemente, os papéis brancos colados em quase todos os móveis mostram que o processo de contagem está mesmo a chegar ao fim.

Entre os imóveis estão cadeiras, aparelhos de ar condicionado, mesas, tapetes, extintores e relógios de parede. É com a venda destes e outros bens do banco que se pretende pagar as dívidas com os credores. Iacumba diz que a comissão quer liquidar o banco antes do prazo estabelecido pelo Banco de Moçambique, de 12 meses.

 “O que está acordado pelo Banco de Moçambique é um ano no máximo, mas o nosso compromisso é de realizar este trabalho em menos tempo”, avançou o presidente executivo da Comissão Liquidatária do Nosso Banco.

Os 12 meses são contados desde sete de Dezembro, data em que o Banco de Moçambique contratou a consultora financeira e de auditoria Deloitte Moçambique para dirigir o processo de liquidação do banco. Isso quer dizer que, o mais tardar, até sete de Dezembro de 2017, o caso Nosso Banco deve estar fechado.

A comissão responsável pela liquidação do banco reuniu, ontem, em assembleia geral com os accionistas para eleger um representante deste grupo que deverá acompanhar de perto a venda dos bens da instituição e os reembolsos de valores aos credores.

O nome do accionista escolhido é ainda segredo, mas sabe-se que vai fazer parte da comissão liquidatária do Nosso Banco. “Neste momento não é oportuno divulgar o nome porque ainda carece de alguns processos formais”, afirmou Iacumba Ali Aiuba.

O nome escolhido será encaminhado ao governador do Banco de Moçambique para análise e aprovação, explicou um accionista presente na reunião da comissão de liquidação do Nosso Banco que disse estar ansioso em recuperar o dinheiro que investiu no banco.

“Até aqui, enquanto o Banco de Moçambique não nomear, penso que (o nome do accionista eleito) é segredo. Cabe ao governador do banco fazer a nomeação. A nossa expectativa é que tudo seja feito para que os depositantes e nós, os accionistas, não fiquemos prejudicados”, disse Pedro Taimo, accionista do Nosso Banco.

A assembleia geral dos accionistas do banco que foi a banca rota contou com a presença do antigo presidente do Conselho de Administração do Nosso Banco, João Loureiro e o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Tomás Timbane.

No dia 27 de Dezembro, a comissão liquidatária vai colar a lista de todos os credores do Nosso Banco em todas as suas agências. Caso os credores sintam-se injustiçados, têm o direito de reclamar por escrito no prazo de oito dias, indica um comunicado do banco publicado esta semana, direccionado aos credores.