Banco de Moçambique exterminou Nosso Banco
O Nosso Banco já não é banco. O Banco de Moçambique retirou ao banco o direito de exercer a actividade no país. Os depositantes serão reembolsados através do Fundo de Garantia de Depósitos.
O sistema bancário moçambicano está com menos um banco a partir desta sexta-feira. O Banco de Moçambique decidiu eliminar o Nosso Banco, que até 2015 era chamado Banco Mercantil de Investimento.
Os clientes que têm depósitos no banco deverão ser reembolsados pelo Banco Central, através do Fundo de Garantia de Depósitos, criado em Setembro de 2010 em conformidade com a lei.
Um comunicado enviado a jornalistas no fim da tarde desta sexta-feira indica que os reembolsos de depósitos serão feitos tendo em conta as limitações impostas por lei, mas não dá detalhes.
O Banco Central informa no comunicado que a situação financeira e prudencial do Nosso Banco estava em contínua degradação, ou seja, o banco enfrentava uma fraca capitalização, uma estrutura económico e financeira insustentável e graves problemas de liquidez e de gestão.
O Nosso Banco tinha como Presidente de Conselho de Administração, o ex-Presidente do Instituto Nacional de Estatísticas, João Loureiro.
“O Nosso Banco apresentou, em 2014, um plano de reestruturação, incluindo a sua recapitalização e alteração da estrutura de administração e gestão, que não surtiu os efeitos esperados”, lê-se na nota do Banco de Moçambique.
“Após sucessivos incumprimentos dos planos de recuperação apresentados, o Banco demonstrou incapacidade de sair da difícil situação económico-financeira em que se encontra, tendo-se, por conseguinte, colocado numa situação inviável”, revela o Banco Central.
Por não conseguir cumprir com os planos de recuperação da viabilidade da sua actividade, o Banco de Moçambique considera que o Nosso Banco violou as determinações do regulador do sistema financeiro.
Por colocar em risco os interesses dos depositantes e demais credores, bem como o normal funcionamento do sistema bancário, o Banco Central decidiu revogar a autorização para o exercício de actividade conferida ao banco, que implica a sua dissolução e liquidação.
O banco era detido em 74% pelo Instituto Nacional de Segurança Social, mais de 15% pela Electricidade de Moçambique, 4% pela empresa Gestão de Investimentos, 2% pela Alfred Kalisa e 1% pelos restantes accionistas.
Esta é a segunda intervenção de impacto directo nos bancos tomada pelo Banco de Moçambique, por sinal a mais grave, depois de em Setembro último ter decidido intervir no Moza Banco no sentido de recuperar a insustentabilidade financeira do mesmo.
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