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Reabertura da linha-férrea Lichinga-Cuamba reanima actividade económica em Niassa

O comboio voltou a circular, ontem, na linha-férrea que liga a capital da província do Niassa, Lichinga, ao distrito de Cuamba, sete anos depois da interrupção, devido ao elevado estado de degradação da via.
Com a reabertura da linha-férrea, reactivam-se as esperanças da província - que está praticamente esquecida - de voltar a desenvolver normalmente actividades económicas. Já é possível produzir a pensar no mercado.
A falta da via era um entrave ao comércio. Ficava completamente difícil vender as hortícolas, feijão, milho e tabaco, por exemplo, em Nampula e Cabo Delgado, por causa dos custos de transporte, que eram bastante altos.
A falta da via encarecia também o custo de vida. O cimento, que custa aproximadamente 380 meticais por cada saco, na cidade de Maputo, em Niassa, é comprado a 700 meticais, segundo contam alguns residentes contactados pela nossa reportagem. A mesma quantidade é vendida a cerca de 450 meticais em Nacala, cidade que fornece o produto a Niassa.
Outros produtos adquiridos em Nampula por residentes de Niassa também eram caríssimos, a exemplo do arroz e do óleo alimentar. É que muitos bens adquiridos fora do país chegam a Niassa através do porto de Nacala, e a linha-férrea fazia muita falta.
O troço de 272 quilómetros reaberto, ontem, numa cerimónia dirigida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, é considerado crucial não só para o escoamento da produção agrícola, mas também para o transporte de pessoas e bens diversos.
Para ligar Lichinga e Cuamba através de autocarro, a população fazia seis horas de viagem em tempo seco e entre oito a 10 horas em tempo chuvoso, já que a estrada é de terra batida. O custo de transporte varia entre 500 e 700 meticais.
Durante a cerimónia de reabertura da linha-férrea interrompida em 2010, o Chefe de Estado caracterizou o acto como a “libertação” da província de Niassa, que, no seu entender, “continuava desconhecida e esquecida”.
“O país vai alimentar-se de feijão sem igual que a província do Niassa produz. O país vai desfrutar da melhor batata reno que daqui brota e não encontra concorrência”, considerou o Chefe de Estado.
Filipe Nyusi referiu, ainda, que, com o comboio em Niassa, na estação de Lichinga, os investidores vão projectar com ambição competitiva quando estiverem a explorar o carvão de Maniamba, o calcário de Sanga, a soja, o tabaco, o gergelim, entre outras culturas produzidas naquela província.

Presidente da República destaca importância da linha-férrea para o desenvolvimento

O Presidente da República procedeu à inauguração, esta quinta-feira, da estação de Lichinga, um acto que marca o fim da reabilitação total da linha-férrea que liga o distrito de Cuamba à capital provincial, numa extensão de 272 quilómetros.
A cerimónia arrancou com uma viajem experimental de 14 quilómetros, de Lichinga ao distrito de Chimbonila. Durante o troço, várias pessoas saudaram a comitiva do Presidente da República e demais pessoas que eram transportadas no comboio.
“O comboio apitou e está a ser ouvido em Mavago, Mandimba, Lago, Ngauma, Sanga, Membe, Mecula, Marrupa, Maúa e todos outros distritos da província. É com imensa emoção e satisfação que me associo à reinauguração da linha de Lichinga, a linha que percorri a cada quilómetro”, afirmou Filipe Nyusi.
“Aqui está a muito esperada linha Cuamba-Lichinga operacional. Aqui está a infra-estrutura moderna e com potencial para alavancar o desenvolvimento socioeconómico de Niassa e da região norte do país”, acrescentou Nyusi.
Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN), responsável pela reabilitação da linha-férrea reinaugurada esta quinta-feira, prometeu continuar a empreender esforços para melhorar o serviço prestado à população.
Por seu turno, os beneficiários desta iniciativa mostraram-se satisfeitos e dizem esperar obter enormes vantagens através da linha-férrea.
O estadista moçambicano falava, ontem, no bairro de Chiuaula, onde fica estação central da cidade de Lichinga.
Em 2010, o Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN), entidade gestora da ferrovia, decidiu interromper a circulação dos comboios e, em 2014, iniciou a reabilitação total da via, cujas obras custaram cerca de 100 milhões de dólares americanos, desembolsados pelos accionistas.
O Presidente da República recordou os vários momentos da linha-férrea de Lichinga, construída em 1962. Disse que, para além dos maquinistas, fogueiros, condutores, assentadores de via, revisores, electricistas, mecânicos, serralheiros, entre outros tantos, a linha retrata a heroicidade dos trabalhadores moçambicanos, daqueles que faziam o comboio enfrentando a morte, bem como dos muitos maquinistas que saíram para trabalhar e não voltaram para casa.
A linha inicial de Lichinga era feita de balastro e foi construída em 1962,  tendo-se degradado progressivamente ao longo do tempo.

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