Estado encaixa mais de 40 milhões de meticais
Segundo Hizidine Opressa, director provincial de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, o valor arrecadado representa uma subida de cerca de três por cento quando comparado com o do ano passado.
De acordo com Opressa, a subida do valor encaixado deveu-se ao aperto do cerco aos ilegais ou furtivos que antes proliferavam na província, uma acção liderada pelos fiscais dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia. Afirmou que, para além daquelas razões, houve incremento dos valores de taxas pagos pelos operadores madeireiros.
O director provincial deu estas informações, em Montepuez, à margem do seminário de capacitação de operadores madeireiros e técnicos florestais em matéria de legislação florestal, padronização do método de cubicagem e medição, planos de maneio florestal, no âmbito do programa de gestão integrado de paisagem de Cabo Delgado, que vem sendo implementado desde o ano passado.
O programa, segundo soube o nosso Jornal, tem como objectivos centrais contribuir para a preservação das florestas e alívio à pobreza na província, através de iniciativas de redução do desmatamento que promova o desenvolvimento rural. A área de actuação do programa, ainda de acordo as mesmas informações, abrange sete distritos.
Trata-se dos distritos de Montepuez, Ancuabe, Ibo, Macomia, Meluco, Metuge e Quissanga, integrados no Parque Nacional das Quirimbas. A iniciativa conta com o apoio de dois projectos operacionais, nomeadamente a Mozbio e The Forest Carbon Partnership Facility (FCPF), financiados pelo Banco Mundial (BIRD).
No seminário de Montepuez foram capacitados 50 operadores madeireiros, bem como 11 fiscais de florestas. De acordo com Opressa, a capacitação vai fazer com que haja melhorias nas práticas de exploração de madeira e do maneio sustentável das florestas e agregar valor na integração da relação entre o Governo e o sector privado da área florestal na província.
Num outro desenvolvimento, Opressa deu a conhecer que o Governo passou a proibir a exploração de algumas espécies como o pau-ferro. Para outras não é permitida a sua exportação em toros. “Isso vai fazer com que se criem postos de empregos para os nacionais, tendo em conta que deverão nascer novas indústrias para processar a madeira”, referiu.
Afirmou que, ao proibir a exploração por completo de algumas espécies de madeira e obrigar o processamento no país, o Governo pretende disciplinar o negócio de madeira em Moçambique que, num passado recente, era caracterizado por uma autêntica anarquia protagonizada pelos operadores e outros intervenientes.
No ano passado, os madeireiros, entre os concessionários e os de licença simples, foram alvos de uma avaliação que durou 14 dias. O trabalho, que envolveu elementos da sociedade civil, jornalistas e fiscais florestais, pretendia, entre outras questões, apurar a legalidade dos operadores se possuíam equipamento de abate e arrasto. Os que não responderam estes dados viram suas licenças canceladas.
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