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Maleiane avisa que próximos dias podem ser ainda mais difíceis

Diante da dificuldade em pagar salários, anúncio de corte no pagamento de horas extras e encarecimento do custo de vista, foi-lhe questionado se não equacionava manifestações populares, a exemplo do que aconteceu em 2010. Da resposta de Adriano Maleiane veio uma sincera, mas preocupante, realidade: “Para 2016, peço a paciência dos moçambicanos, vamos sofrer ainda mais. Em 2017, continuaremos a fazer esforços”.
Maleiane reforçou o argumento da recuperação referindo que, dentro do actual contexto, o Governo estabeleceu prioridades, apesar de hoje depender apenas do que cobra em impostos. essas prioridades, nesta fase difícil, incluem o salário dos funcionários, pagamento dos pensionistas, sendo que o que sobra é aplicado em alguns investimentos.
“Espero que os moçambicanos compreendam que, mesmo a questão do corte das horas extras que estão a reclamar, no passado foi sempre assim. Sempre é reconhecido, mas, por problemas de tesouraria, pode ser que não se pague naquele momento. Portanto, é uma situação difícil”, reconheceu o governante, ao mesmo tempo que reforçava o apelo para que as pessoas não se manifestem perante a subida do custo de vida. Mas também agradeceu pelo facto de tal ainda não ter acontecido: “Tenho de felicitar o povo moçambicano por ter percebido que a situação mudou de Abril para cá: não temos apoio dos parceiros, sobretudo para o Orçamento do Estado, e temos as consequências que assistimos, que são a inflação e a taxa de câmbio que dispara. Queria felicitar o povo moçambicano por compreender que, quando não temos, quem sofre realmente somos nós”.

Gestão de tesouraria: um aperto fiscal
Por causa da suspensão do apoio externo ao Orçamento, segundo explicou o ministro Maleiane, o Governo está a usar o que se designa por gestão de tesouraria, desde Abril deste ano, isto é, está a fazer o “grande esforço” de cobrar impostos para realizar despesas e tem como indicador importante o chamado crédito líquido ao Governo, ou seja, não é possível fazer despesas públicas quando não há dinheiro no banco. “É isso que está a acontecer agora”, revelou o governante, explicando ser essa razão por que o Executivo trabalha no sentido de trazer de volta a confiança dos doadores e credores de Moçambique, para que as injecções financeiras voltem a fluir rapidamente. Exemplo disso são as negociações em curso com o Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja condição para o restabelecimento do programa da ajuda é a auditoria independente às dívidas, assunto “devidamente encaminhado”. A segunda condição é a apresentação de uma estratégia sobre como vai devolver estabilidade à economia, quando as taxas de inflação e de câmbio fogem do controlo. Aqui, o atenuante foi a recente explicação que o próprio ministro Maleiane apresentou aos credores em Londres, Inglaterra.

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